Peripécia Coletiva

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quinta-feira, 12 de abril de 2007

Homenagem

A semana, para mim, parece ter três dias. Um deles, por sinal, me parece não ter nem 24 horas de duração... Enfim, tempo para me dedicar ao blog é quase nulo, embora ele não tenha caído no esquecimento.
Hoje, deixarei uma homenagem a um cantor, poeta e escritor que a cada dia mais admiro - Chico Buarque. A música "Ela faz cinema" é uma pérola daquelas que nós, meros mortais, criamos uma vez em nunca. Mas Chico, ah! ele cria sempre, para nossa felicidade. Não me pergunte por quê eu gosto dessa música, pois se tivesse explicação eu não gostaria de verdade. É como se fosse um poema, lido e relido sem encontrar sentido, mas com uma enorme capacidade de ficar prazeirosamente em nossas vidas.
Hoje na aula, ouvi uma frase que gostaria de deixá-la aqui: " A Religião é um instrumento de explicação e fuga para as mazelas da Sociedade" Karl Marx


Ela faz cinema

Composição: Chico Buarque
Quando ela chora
Não sei se é dos olhos para fora
Não sei do que ri
Eu não sei se ela agora
Está fora de si
Ou se é o estilo de uma grande dama
Quando me encara e desata os cabelos
Não sei se ela está mesmo aqui
Quando se joga na minha cama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é a tal
Sei que ela pode ser mil
Mas não existe outra igual
Quando ela mente
Não sei se ela deveras sente
O que mente para mim
Serei eu meramente
Mais um personagem efêmero
Da sua trama
Quando vestida de preto
Dá-me um beijo seco
Prevejo meu fim
E a cada vez que o perdão
Me clama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é demais
Talvez nem me queira bem
Porém faz um bem que ninguém
Me faz
Eu não sei
Se ela sabe o que fez
Quando fez o meu peito
Cantar outra vez
Quando ela jura
Não sei por que Deus ela jura
Que tem coraçãoe quando o meu coração
Se inflama
Ela faz cinema
Ela faz cinema
Ela é assim
Nunca será de ninguém
Porém eu não sei viver sem
E fim.

sexta-feira, 6 de abril de 2007

DESENCANTO

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.


__ Eu faço versos como quem morre.
(Manuel Bandeira)

"Doce Você"

Doce Você

No sopro dos Deuses
sua beleza foi se realizar
complementar como perfume
esverdeada como Esperança
e doce como Paixão

Parar, não param
Os Deuses, inquietos,
Com tamanha criação.
Oh! Sopre mais, sopre!

O sopro chega a mim, Brisa.
Trazendo o lindo Verde,
mas o Doce, pelos Deuses
A Mim não pertence, Jamais.

Ao meu cotidiano azul
Mistura-se o verde – brisa.
Deuses, burros, me ofertam o amarelo,
Que doce não é, é ouro, mas não você.

(Set-2006)
(Dan Rocha)

A Pinta

A Pinta

Não era um caroço de feijão
Nem mesmo um machucado.
Não se movia, fingia.
Era tão pequena...
Mas enorme por dentro
Não falava, demonstrava.
Não era apenas uma marca no rosto,
E sim uma linda e fascinante pinta
Na pele negra.


Rômulo Mathias