Peripécia Coletiva

Peripécia Coletiva

sexta-feira, 6 de abril de 2007

DESENCANTO

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.


__ Eu faço versos como quem morre.
(Manuel Bandeira)

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